sábado, 19 de novembro de 2011

Escrever para não praticar. Situações hipotéticas. (Ana Caroline)

Minhas mágoas
Era meu primeiro dia de aula na nova escola. Estava muito feliz, porque iria ter novos amigos e divertir-me bastante. Ao colocar meu pé, direito, claro, na sala, os alunos olharam-me de um modo que me deu arrepios. Algumas meninas diziam:
- Ela pensa que ainda está dormindo. Vejam como é lerda!
Outas falavam:
- Olhem essa menina, meu Deus!
Na minha inocência, pensei que aquilo fosse uma espécie de brincadeira de boas-vindas. Fui me sentar e, ao me aproximar da carteira, um gorda falou:
- Não ligue, elas são assim mesmo!
Quem me acolheu bem tornou-se minha primeira amiga.
Não demorou e o sinal para o intervalo tocou. Fiquei perto de um grupo de meninas sentadas e via que no outro grupinho uma menina cochichava no ouvido das outras e todas olhavam rindo para mim. Saí dali e fui para longe do olhar delas. Aproximou-se de mim um menino que me xingava de feia, chata e lesada. Só restava-me chorar muito. Bastou isso para ganhar outro charmoso apelido: chorona. Queria ver se elas sentissem a mesma dor que estava afligindo meu coração. Corri ao banheiro. Uma coordenadora ao me ver, disse:
- Ei espere...
Entrei no banheiro e fiquei escondida com minha dor profunda. Pensei em fugir daquele lugar de horrores. O que seria de mim nos próximos dias, semanas e meses?
Voltei à sala. Os meninos e meninas prometeram uma surra no final do período. A garota gorda ficou do meu lado e disse que me protegeria na saída. Ela também tinha um plano de vingança: reunir os que sofriam bullying a fim de ir ao mercado comprar farinha e tomate. Animei-me. Mas... não deu certo. Na saída, apanhei tanto que fui parar no hospital. Eles haviam machucado meu baço.
Dia terrível para mim!

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