sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Escrever para não praticar. Situações hipotéticas. (Isadora Mello)

Bullying
Bullying, isso era algo que sofria todos os dias na escola. Tinha 11 anos. Meu nome é Fernanda. Acho que sofria isso porque uso óculos, tenho um dente torto e era meio gorda.
De manhã, ia à escola. Sou muito aplicada nos estudos. As pessoas que fazem bullying comigo, não. Isso também deve ser outro motivo, pois, na aula de redação; escrevia textos muito interessantes e tirava, na maioria das vezes, a nota máxima. Quando contava isso para minha melhor amiga, ela ficava alegre. Só que ela contara para o garoto de que gostava e, ele, contou para os meninos que mexiam comigo. Bastou um relato para que eles viessem me provocar.
- E aí, sua nerd! Beleza, quatro olhos?
Eu oferecia a mesma resposta "Vão embora!"
Felizmente, na mesma hora o sinal tocou e o recreio tinha acabado. Entrei na sala e pedi à professora para ir ao banheiro; ela autorizou. Lá chorei e chorei. Ouvi um rangido na porta. Era a Samantha, minha melhor amiga:
- Fer, estão falando que você está com dor de barriga por causa de sua demora! - Eu retruquei:
- Até quando vou ter de aguentar isso? Vou ter de protestar contra o bullying na Av. Paulista com uma máscara do Bin Laden? - Ela respondeu:
- Não! Isso é muito arriscado. Você pode ser presa. Olha, você sofre com isso há três anos, se eu fosse você, contaria à diretora.
Depois de um tempo...
Já era o fim da aula. Como sugeriu minha amiga, iria contar à diretora. No caminho:
- E aí, gordona! Aonde você vai?
Pensei comigo mesma, "não tenho que aturar mais isso. Vou me proteger sozinha!"
- O que foi, girafa de quatro metros? - Disse em bom som.
Só ouvi lá no fundo uns alunos aplaudindo a minha fala desaforada. O resultado foi que me pegaram e me puseram com a cabeça enterrada na privada.
Cheguei a minha casa. Tranquei-me no quarto. Peguei meu estilete e comecei a me cortar. Depois de uns quinze cortes, enfiei o dedo na garganta e vomitei. Queria emagrecer. Peguei o aparelho de barbear e raspei minha cabeça. Pronto. Agora já tinha um bom motivo para faltar à aula. Não tinha de sofrer mais. Decidi me internar. Procurar ajuda para nunca mais sofrer.
Hoje estou no hospital. Tenho muitas cicatrizes. Minha roupa é um camisolão. Meu cabelo está curtinho. Apesar de tudo, sinto-me bem. Não tenho mais contato com os malvados alunos daquela escola.
O bullying realmente faz muito mal a quem é vítima dele.

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